A indústria das Consultoras de Negócios está a crescer, e prestes a sofrer uma época disruptiva
04/09/2019
Ainda que tenha sido já em 1995 que o consultor Clayton Christensen da Boston Consulting Group, tenha estreado o termo “inovação disruptiva”, foi apena nos últimos anos que a indústria das consultoras de negócios começou a experienciar o verdadeiro significado da mesma.
Grande parte desta revolução deve-se ao facto da entrada de novas tecnologias, mais eficientes, que permitiu às empresas mais recentes que as adotaram competir com as empresas mais longínquas e estáveis no mercado. Isto deixou as consultoras – que estavam habituadas a terem lucros recorde nos últimos anos – de caras com um choque provocada pela disrupção provocada pela tecnologia.
Deixamos cinco razões pelas quais é provável que a indústria entre numa era de disrupção.
1- Operações de trabalho intenso
Quer a sua empresa de consultoria forneça aos seus clientes na área de investimento e negócio em África ou se limite a abrir portas para os corredores de poder para os seus clientes, poderá com certeza transportar as tarefas sequenciais e repetitivas dos humanos para os computadores.
No entanto, desde analisar o seu mercado alvo e a sua orgânica até dar recomendações de como o seu cliente poderá gerir de uma forma mais eficaz o seu negócio, serão sempre humanos que farão as tarefas chaves nesse processo – nunca os computadores.
2- Modelo de pagamento do tempo
Basta visitar algumas das consultoras que hoje existem e poderá confirmar que existirão reuniões e encontros com gente a mais, que demoram mais do que deveriam e num número superior ao que seria necessário. No entanto, como neste momento o modelo de pagamento e faturação se assenta essencialmente no tempo gasto, estas dinâmicas acabam por ser rentáveis.
No entanto, com as mudanças no mercado, os clientes têm noção de quem não têm que pagar por tempo que não lhes é útil, como por exemplo a hora de almoço durante uma sessão de consultoria. Esta perceção poderá levar a que alguns dos clientes se afastem deste modelo e procurem ofertas em que o modelo de cobrança de baseie no valor produzido independentemente do tempo.
3- Democratização da propriedade intelectual
Nos tempos mais antigos do mercado das consultoras, todas as ferramentas, templates e modelos usados por uma empresa eram guardados a sete-chaves. Estas empresas acreditavam que sem a informação e recursos que estes possuíam, a competição nunca seria tão séria e significativa.
No entanto, com o aparecimento e massificação da utilização do Google, por exemplo, toda a informação do mundo está à distância de um click. Esta facilidade e democratização de acesso a propriedade intelectual acabou com o monopólio de informação que era controlado pelas grandes empresas durante muito tempo.
4- Aceleração na revolução tecnológica
Com revoluções tecnológicas que hoje são vividas, a um ritmo instantâneo, os consultores arriscam-se a que as soluções que apresentam ao cliente já estejam desatualizadas quando são entregues, ainda que tenham sido feitas no dia anterior. Isto deve-se ao facto de todo o trabalho ser afetado por fatores secundários e externos que ninguém consegue controlar.
Assim, quando existem alterações e novas tendências emergem, a mesma recomendação que estavam blindadas de força num dia, no espaço de semanas pode parecer extremamente frágil. E se as empresas de consultoria não forem rápidas em absorver todas estas mudanças, não podem realmente acrescentar valor ao trabalho do cliente.
5- Depreciação no trabalho de um consultor
Estando um cliente a trabalhar num projeto com um consultor, este irá desempenhar 4 funções basilares para o mesmo. Vejamos quais são, e podemos ter um melhor insight sobre o porquê de o valor do seu trabalho poder estar a diminuir.
- Informação – Os dados que afetam os interesses do cliente;
- Conhecimento – A perspetiva do consultor sobre um problema;
- Análise – Aplicação de conhecimento para encontrar uma solução para um problema
- Execução – Planeamento e acompanhamento da implementação da solução encontrada
Enquanto a informação sobre qualquer assunto está mais disponível do que nunca, o conhecimento acaba por estar cada vez mais desgregado. Assim, a análise tende a ser um processo que é cada vez mais negligenciado, recorrendo em alternativa a uma execução segmentada de vários freelancers especializados apenas numa área que o fazem por um custo inferior. No final, juntamos os resultados, e com esta desvalorização, os interesses dos clientes acabam por também sair desvalorizados.
Conclusão
Apesar de sofrer destes flagelos, a indústria das consultoras, de 250 biliões de dólares a nível global, continua a prosperar. Este facto deve-se à simples razão de que, perguntando a qualquer empresário qual o fator chave em qualquer decisão importante, a resposta será sempre que são as pessoas que têm a palavra final.
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